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sábado, 22 de março de 2014

Perdida Na Floresta Do Medo




Estou perdida no meio de uma floresta escura que não reconheço, a neblina que a envolve é tão forte que não me deixa alcançar o fim dela, sinto-me sem forças e o frio parece matar-me lentamente a cada passo que dou. Onde foi que nos perdemos? Tinha a certeza de que caminhávamos juntos, de mãos dadas por entre vales verdejantes cheios de vida, o cheiro das flores coloridas era forte e doce, a brisa era suave, sentia-me tão segura a teu lado. Não consigo perceber onde nos separamos!

Como vim parar nesta escuridão tão intensa? Tenho a certeza de que onde caminhávamos existia animais tão lindos que quase pareciam ser frágeis. Será que foi nesse instante de fragilidade que perdi-me e não notei que seguias em frente enquanto eu ficava a olhar para a beleza natural que aquele lugar mágico nos oferecia? Ou será que foi no momento em que aproveitava para descansar nos prados cheios vida onde a brisa era amena e acabei por adormecer enquanto pensava que tu jamais seguirias em frente sem mim, que eu seria sempre uma parte importante da tua vida. Como pude deixar-me adormecer e não notar que tu lentamente me deixas sozinha?

Nesta floresta onde me encontro não vejo animais puros, calmos e meigos, vejo feras em todo o lado, seus olhos mostram-me o quanto me querem devorar. Tenho medo! Fujo, mas elas não perdem o meu rasto, a tristeza invadiu o meu coração no momento em que as feras me apanharam, custa-me respirar sem ti a meu lado, a dor está a matar-me aos poucos. Onde estás? Vem salvar-me deste suplício, envolve-me em teu abraço quente, faz-me sentir segura com teu sorriso doce. Porque abandonaste-me? Onde errei? Dei-te tudo de mim, nunca deixei de lutar por ti. Porque deixaste de lutar por mim? O que mudou?

Não consigo diferenciar o dia da noite, aqui a escuridão não dá lugar a luz, meu olhar alegre virou um olhar triste e inseguro. Nada me importa e tudo me dá medo. Meu corpo não quer obedecer a minha mente que implora por um movimento meu, que implora por reagir e meu coração partido em mil pedaços concorda com meu corpo. Subitamente meu corpo deixa-se cair neste chão gelado que parece consumir minha alma com as trevas que me lembram de todos os momentos em que passamos juntos, as lagrimas rolam por minha face, não tenho força para esquecer-te, não consigo seguir em frente. Ouço o uivar de um lobo e meu coração alegre se torna amargo, a dor ocupa minha mente e as memórias de nós os dois destroem-me por completo, perdi tudo.

Porque demoras em salvar-me? Porque não vens ao meu encontro? No fim é esta a importância que tenho para ti? Tudo o que fiz por ti, todo o tempo que lutei por ti não serviu para veres o quanto eu amo-te? Será que sempre fui desnecessária para ti? Fui um objeto que mostravas aos teus amigos para depois jogares fora? Como pudeste fazer isto comigo? O amor que sinto por ti está a desaparecer e a dar lugar ao odio. Porque não evitas isto de acontecer? Porque não me voltas a dar a mão? Esquece agora é tarde, toda esta escuridão tomou-me por completo agora pertenço a ela, o meu lado obscuro tomou o meu lado doce envolvendo-me em raiva e odio. Como pudeste deixar isto acontecer? Bem no fundo do meu coração eu amo-te e isso faz com que eu te odeie. Jamais vou perdoar o que me fizeste, jamais vou esquecer que meu mundo morreu porque não soubeste dar valor ao meu amor. E isto me tornará muito mais forte. Não deixarei que o amor volte a magoar-me!

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