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O Amor...Definição? Não Tem...Ou Tem?

A lógica do amor é não ter lógica, a razão do amor é desconhecida, a verdade do amor é perfeita, a sensação do amor é única, a vontade d...

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Perseguidora



Sempre segui-te em segredo sem levantar suspeitas, sei onde vais, com quem encontras-te, o que gostas de fazer, onde gostas de ir e quem são os teus amigos e familiares. Sei que isso é perseguição, mas não tive outra forma de conhecer-te mais a fundo pois não tenho coragem de aproximar-me de ti. Tenho medo de que possas rejeitar-me sem me dares a oportunidade de mostrar-te quem eu sou e tenho vergonha, pois não sou nenhuma modelo e nem tenho o corpo de sonho que todo o homem gosta de ver numa mulher por isso limito-me a ver-te ao longe escondida entre as sombras da escuridão.

E por mais louco, ofensivo e totalmente masoquista que isso possa parecer, eu sei que nunca conseguirei parar de o fazer, até que eu tenha a coragem para declarar-me a ele. Já o observo há algum tempo e sei que ele não precisa de usar nada espampanante para continuar a ser devastadoramente bonito como sempre tem sido. Ele é inegavelmente inteligente, bondoso, adorável e generoso mas também gosta de se exibir e de mostrar a sua vaidade. Sei que ele gosta de carros desportivos, que tem uma casa luxuosamente ridícula, que adora dar festas ridiculamente grandes e duradouras e que no fim do dia ou da noite ele fica sozinho, sem ninguém que o abrace, cuide ou fique a seu lado. Já vi o seu olhar triste e cansado, já o vi chorar, ficar acordado toda a noite, fingir que tudo está bem, sorrir quando quer gritar, ser educado quando quer explodir entre tantas outras facetas que ele apresenta para não desiludir ninguém.

Ele pensa mais nos outros do que em si, faz mais do que devia pelos outros e muitas vezes acaba prejudicado e magoado por causa dos outros, mas não diz nada a ninguém limita-se a ser aquele homem especial, carinhoso e bondoso que poucos conhecem. Observo-o tão imóvel e tão silencioso distante de mim, apetece-me alcançar ele e acaricia-lo, mostrar-lhe que tudo está bem, que ele é bom. Aos poucos começo a cuidar dele, sem que ele note minha presença na sua vida, começo a trabalhar na casa dele nas limpezas e isso me dá mais acesso a vida dele. Cuido de tudo com carinho e como o observo há algum tempo sei como ele gosta de ter as coisas, do que ele gosta de comer e de como ele gosta de ouvir música enquanto descansa ou toma banho, preparo tudo com cuidado e carinho para que ele sinta-se amado, mesmo que ele não note a minha presença na vida dele. Pelo menos eu posso estar presente para enxugar suas lágrimas e afastar seus medos com poucas palavras mas fortes o suficiente para o fazerem levantar-se e seguir em frente novamente.


Sei que estou a agir de uma maneira ridícula e irracional sendo estupida a ponto de me magoar de forma tão dolorosa, tão brusca, tão ridiculamente impulsiva que acabo por ferir-me sempre que o vejo com outra mesmo que sejam só amigas dele. Apesar de ser horrível, maligno e de todas as variantes de “mau” eu não consigo desistir dele e continuo a seguir ele. Agarro-me a esperança mais falsa de todas, forçando-me a expressar um entusiasmo que na realidade não sinto mas recuso-me a deixar de o ver, de saber o que se passa na vida dele. Quero muito sentir a pele dele, tocar-lhe nos lábios, sentir o conforto sólido e quente do seu corpo. Quero abraça-lo, conforta-lo e tirar suas frustrações. Estou cada vez mais ansiosa para mostrar a ele que eu sou o amor dele, que o meu amor por ele é incondicional, que estarei sempre disposta a aceitá-lo aconteça o que acontecer sem fazer perguntas. E isto cada vez me aproxima mais da minha confissão a ele. Mas agora não posso voltar atrás.

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